"Com pedaços de mim eu monto um ser atônito."
Manoel de Barros

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Fim de inverno é assim...

O inverno está no final...
Promessas de um belo verão,
eita liberdade boa!
Ser tudo que eu posso, e que eu devo. Não rastejar, e também não pisar nas pessoas, apenas, amá-las, como todos merecem. Uma candura viver assim. Barulho de chuva invade meus pequenos ouvidos, o cheiro da terra sendo lavada, e as flores recebendo a chuva, amanhã de manhã vou logo colher-lhes o pólen, vou sobrevoar o mundo bem do alto, e observar a pequenez de que somos todos feitos.
Olho ao redor. Neste fim de inverno eu também sou o inverno, algumas coisas o tempo levou de mim, o vento fez bagunça nas árvores... O frio tenta emudecer as tardes...
Aí o barulho da chaleira, há um chá que deve ser servido, um segredo de amigas que vai ser sussurrado, talvez algum vexame ou delito leve... Quem sabe...
Espero pelo sol que virá me trazer o calor do seu abraço, tardes cobertas de suor, e as noites de um céu negro feito os olhos do amor primeiro.
É suave o fim do inverno, retiro de mim coisas esquecidas nos cantos,
renovo meu olhar,
meus desejos renovam-se...
Fim de inverno...
No verão promessas de ser feliz...
Muito.
Que eu mereço!