"Com pedaços de mim eu monto um ser atônito."
Manoel de Barros

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

sexta-feira, 21 de outubro de 2016





Eu sinto aqui uma tristeza de sempre
De nunca...
Toda vez que me olho diante do espelho lá está
Não mudou nada a criança, embora tenha apanhado um tanto...
Eu quero a poesia de todos os universos
Andar descalça e pisar a fininha areia de algum deserto... Muito maior que eu... Ou menor não sei.
Eu desejo muito seriamente a alegria encantada das crianças
Dormir embalada em alguma rede por alguma mão cuidadora, e que nesse momento eu não precise pedir...
Eu desejo parar de pedir, e apenas receber...
Toda vez que olho a menina lá está, quietinha esperando, embora pareça correr o tempo todo
Toda vez...

Xica Lima

21.10.2016

segunda-feira, 10 de outubro de 2016




Eu sou o barro que inunda as casas em tempo de ventania,
O som líquido da chuva nos quintais.
Sou a que de tempos em tempos reinventa a si mesma...
Eu sou a noite que silenciosa invade a mente humana,
E sou o sol que através do coração emana o calor essencial da vida.
Eu sou o assombro e a quietude,
A que vem há séculos entre as fogueiras de mãos dadas com minhas irmãs e irmãos.
EU SOU.

Xica Lima

10/10/2016

sexta-feira, 30 de setembro de 2016





Gosto de pensar que a vida deva ter um tanto de poesia, ou não faria o menor sentido pra mim...
Acordar às cinco da manhã e ver a cor do céu de outubro clareando, mudando os matizes...
Olhar pela janela do trem de todo dia e me admirar com o dourado sol que sorri como se fosse a primeira vez...
A vida deve ter o gosto das frutas quando amadurecem em algum momento.
Há que ter a delícia do som ensurdecedor de uma sala de aula infantil e ao mesmo tempo o silêncio que fica na ausência dessas pequenas pessoas...
Eu tenho que sentir o vento frio que corta meu rosto no mês de setembro me fazendo viva, e ainda assim, amar o verão...

Todos os dias, mesmo que pareçam sempre os mesmos, eu ei de encontrar o absurdo de cada dia, e me encantar...

Xica lima
30/09/16

sexta-feira, 19 de agosto de 2016




A fotografia é minha viagem diante do abissal.

Xica Lima
19.08.2016

terça-feira, 9 de agosto de 2016

segunda-feira, 11 de julho de 2016


Ela chegou devagar...
Pequena na sua grandeza de majestade.
Trazia uma echarpe vermelha, vício de sí mesma, vermelho dos que se apaixonam todos os dias.
Estendeu-me a pequena mão e num átimo de segundo havia apenas a mulher!
A mulher e sua echarpe vermelha.

Xica lima
10/07/2016
Para a senhora Luiza H.





Eu gosto dos que sonham.
O sonho é a poeira dos loucos...

Xica Lima 11/07/2016

quarta-feira, 6 de julho de 2016




Todos os dias nós vivemos muitas coisas.
Às vezes passamos tão rápido por elas que não notamos, não nos alegramos, não agradecemos.

A vida é um sopro...

Daqui a pouco já faz tanto tempo.
A vida acontece agora, aproveite!
Tenho estado com tanta gente linda, e agradeço por elas terem me cedido fagulhas dessa mágica.
A sensação de um abraço bem amado, o corriqueiro encontro, a mão que se estende em determinado momento.
Como as bolhas de sabão que enfeitam o espaço com o reflexo do redor e explodem em seguida para que outra bolha se forme e novamente se vá, assim é a vida. 
Uma explosão. Parece que dura muito... É nada... Nós somos poeira.
Mas podemos ser uma bela poeira, podemos ser fabulosos, somos capazes de tantas coisas incríveis, a pergunta é: você percebe isso?

Olhe ao redor, tudo é convite...

Xica lima

06/07/2016

quinta-feira, 23 de junho de 2016






Eu andei por aí como invisível, percebendo, cheirando, tateando, lambendo... Sou bicho morno e pequeno, mas não me intimido não. Eu cresço com minha vontade, eu SOU o que está em transformação, nunca termino, vou me fazendo junto com todas as histórias. Meus pequenos pés são leves e ligeiros, minha lingua é certeira, meu pensamento parece cometa, quando se vê já passou é outra coisa...
                             Um rastro...

Xica Lima
23/06/2016

domingo, 19 de junho de 2016

sábado, 11 de junho de 2016







Ao meu lado, na cadeirinha da janela sentou-se um pequeno duende. Tinha olhos sábios, uma voz calma, e uma boca que sorria sempre, as orelhas eram grandes, e nas mãos carregava seus mistérios.
Perguntei ao pequeno duende:
- Para onde está indo?
E ele, me olhando com aqueles olhos de sol respondeu:
- Vou para Olinda, a senhora conhece?
O encantamento que se seguiu não há palavra que o diga.
Guardarei para sempre em minha alma, a lembrança colorida desse pequeno duende.
Quando ele saiu do avião, eu já era outra.

Xica Lima
11/06/2016