"Com pedaços de mim eu monto um ser atônito."
Manoel de Barros

quarta-feira, 5 de setembro de 2012


Na tua casa...
lá está o homem como sempre esteve.
As mãos escondidas em bolsos que nada guardam
os olhos úmidos de não mais ver-te...
As paredes tão brancas lembram o tempo em que tudo queríamos colorir...
A tua presença, teu desfile paira diante da minha cara assustada.
Eu sou uma breve descrição do que em mim é muito maior.
Palavras foram feitas pra esconder o que se deve saber.
Saudade nada diz se eu não tiver em mente o vazio que a tua partida deixou.
Nas calçadas sempre guardo o espaço que era teu
e caminhas ao meu lado
Alto, branco...
O homem anjo e demônio
que me acalma e sacode.
Sinval Garcia.

Xica Lima
14/08/2012

2 comentários:

  1. Ah, Xica...é uma presença que se faz na falta...aquilo que guardo, mas não posso mais entregar, o presente não dado...
    Orlando

    Copio prá ti um dos poemas de Max Martins, poeta paraense que, com sua poesia, tantos tempos nossos em Belém:


    Estranho

    Não entenderás o meu dialeto
    nem compreenderás os meus costumes.
    Mas ouvirei sempre as tuas canções
    e todas as noites procurarás meu corpo.
    Terei as carícias dos teus seios brancos.
    Iremos amiúde ver o mar
    Muito te beijarei
    e não me amarás como estrangeiro.
    Max Martins

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    Respostas
    1. Lindo Orlando, sei que sentes com tamanho carinho as estranhesas de que falo... bjus querido.

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