"Com pedaços de mim eu monto um ser atônito."
Manoel de Barros

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Teu gosto é de mel e saliva
Carrega nas mãos a suavidade das plumas e a força da espada
Teu cheiro é de mato
A floresta onde me embrenhei pra te roubar perfumes...
As palavras, cânticos...
Pés apressados em viver tudo absolutamente

Dentro, um menino pede colo;
Fora, esses óculos... Um intelectual velho me da aulas...
Teu abraço agasalho.
Cigarros que não dá tempo.
Um quase-amor...

Você está em algum lugar entre o silêncio e eu.

Se espalha.
De repente é tudo seu.

Eu gosto do gosto que encontro quando te procuro.
Gosto que você fique, e que vá embora de vez em quando.
Gosto de te sentir, e da saudade que me dá não te ver...
Gosto que me queira e me diga amores
Depois um silêncio, e algo interrompendo o tempo.

Sim querido.
Nós paramos o relógio.

Xica Lima
30/12/07

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